A Lua no sonho de Méliès
Um foguete em
forma de bala atinge o olho da lua e esta maluquice [não mais maluca do que
certas coisas do chamado mundo real aliás] forma uma das cenas mais famosas do
cinema mundial, ao menos do cinema mundial feito arte, gourmet do celuloide. [Ela se encontra no momento 4:44 do arquivo do Youtube].
Maluco, aliás,
para Monsieur Georges Méliès soaria
como elogio. Esse mágico-tornado-futuro-cineasta [a palavra ainda não existia] assombra
o cinema. As fitas de Méliès não reproduzem o real, sequer o recriam. Na verdade,
dele nem reconhecem a existência. Da banalidade as suas obras distam como a Lua
da Terra.
E o Le Voyage dans la Lune [Viagem à Lua] o colocou
no firmamento dos grandes diretores, sem comparação boba. Nada nele tem
sentido: a conferência científica parece um contubérnio de alquimistas; deusas
e anjos-estrelas embalam o sono dos exploradores [assim como a própria deusa da
lua]; os selenitas [os habitantes do
satélite] se ocupam mais em dançar que em atacar; e nem mesmo o chefe dos selenitas
seria capaz de explicar como um foguete é capaz de cair direto da Lua em um mar
da Terra.
Recomendo também um Videoclipe
de um conjunto chamado The Smashing
Pumpkins que fez poética homenagem ao Mestre. É tempo de re-assistir a
Georges Méliès. Aliás sempre o é.
Boa Semana.
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