Mary
Wollstonecraft Shelley publicou a história
de seu médico e de seu monstro em 1818 e [inevitavelmente] detonaram em
dias as acusações de plágio. Uma delas [não a menos crível e publicada em duas
notas do Evening Herald no verão do
ano seguinte] afirma que certa história [convenientemente anônima] já circulava
pelos fiordes da Noruega sobre um Dr. Krankenstiin
[a diferença de nomes sendo de pouca importância] e da criatura que fabricou, não
de pedaços de cadáveres como [não sem certa obviedade] colocou a poetisa
britânica mas de nacos de celulose e de restos de animais [o que lhe dá certo
toque de modernidade nestes tempos de reciclagem].
Ambicioso, estudante
de medicina, perdido no estudo,
desejoso de fazer
ciência à sua maneira e de criar uma criatura bela como as gravuras de Thor, as semelhanças entre o norueguês e o
Dr. Viktor Frankenstein estudante suíço de Mary Shelley resultam por demais
óbvias para serem ignoradas. Uma diferença fundamental [e que provavelmente foi
a responsável de que, fora duas diatribes no Daily News, a acusação de plágio nunca tenha prosperado] é que o
outro Dr. Frankenstein persegue seu monstro não na neve mas em um ambiente escuro.
Não prosperou
nenhuma das hipóteses para justificar esse [aparente] disparate. Somente um
leitor [também anônimo] afirmou que Frankenstein não seria monstro de terras
míticas, mas viveria sob a densa selva tropical sem sol – daí a cor. Apesar de
sua aparente racionalidade, nem esta hipótese prosperou.
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