1970 e morávamos na Rua Coronel
Jucá - e eu nem sabia quem era o Coronel Jucá. Três décadas depois em um sebo
no Rio aprendi que se metera em uma dessas esquecidas revoltas da história – a
Confederação do Equador, creio – e que não se chamava assim mas seu
nacionalismo o levara a adotar o nome dessa árvore bem Brasil.
Para morar a rua Coronel Jucá era
meio triste – não triste – deserta. A construção mais próxima [o clube do Banco
do Nordeste] ficava a três quarteirões. Vivíamos os cinco [a família], naquele
limbo. Talvez explique porque quando os homens de amarelo [um amarelo apenas
sugerido pela TV preto-e-branco] entraram em campo contra os homens de branco [a
Tchecoslováquia] pensei que jogavam só para nós, ou para mim.
Jairzinho me encantava. [Não
Pelé, que naquela copa apareceu relativamente pouco para o gênio que era]. O
liso [não consigo pensar em melhor adjetivo] ponta-direita se fazia im-parável
[debelando tentativas de todos os gringos]. Entre estes havia umas muralhas.
Banks [o goleiro inglês] possuía a ubiquidade: sua mão [não a de Deus] sempre
se colocava na trajetória da bola. [Tanto quanto outro paredão, o uruguaio Mazurkiewicz].
Três a um na final e a TV já colocava
o aviso Traz outra Copa que esta já é do
Povo. Tentativas. Não adiantou – o poder da época findou-se, o futebol para
frente também, junto com os meias-lançadores e os pontas-direitas endiabrados.
Restaram o marketing, um ou outro escândalo, eu e a Rua Coronel Jucá – hoje um tolo
paliteiro de prédios.
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