Os Bárbaros não
vieram durante 299 anos, 10 meses e 4 dias [com o calendário do Sumo sacerdote a marcar a contagem até em
segundos]. Um dia [para ser preciso, uma tarde
de neblina] chegaram
[esperavelmente pela fronteira norte (como nas elegias
de heróis), liderados por inevitáveis sete cavaleiros vestidos
de amedrontadores mantos amarelos]. [Difícil
saber quando esse episódio muito repetido e pouco pesquisado aconteceu, sendo a
maioria das apostas pelo ano 467
d.C., em outubro, talvez no dia 23].
Motivava-os
uma pouco provável [mas inteiramente compreensível] busca da Fama [do líder que
sobrasse, depois os sete se entre-estraçalhassem].
Conscientes
do que queriam [a imortalidade que acompanha os grandes criminosos] matavam com
o inverso da ira, que não é o amor senão a indiferença. Dizem os poucos que
eles pouparam [não por qualquer sentimento de humanidade, mas por que alguém
deveria testemunhar as suas atrocidades] que, atingida certa quantidade de
estupros e mutilações, alguém os avisava que já tinham feito quanto bastasse, e
paravam, sem olhar para suas vítimas.
Afirmam [não
sem abusar do direito à ingenuidade] que esses bárbaros queriam protestar [de maneira
um tanto truculenta] da estupidez humana de erigir estátuas aos César,
Alexandre Magno e Átilas da vida [e da morte].
Não
conseguiram [no entanto] a fama: o Imperador Leão I reuniu suas tropas,
esmagou-os em batalha e cravou-os em estacas até o pescoço. Nem do povo nem de
seu rei [o último dos Sete] se sabe o nome.
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