Certa
brochura [publicada na gráfica Le Jeune Cordelier em 1791 ou 1792] falava de duas nações amplamente
imaginárias.
Segundo
três testemunhas [não de muita credibilidade] que o tiveram em mãos, Le deux pays Merveilleux [é esse o tolo
título] principiava com uma faixa na primeira página [Azul como a Liberdade, uma linha se
apressava a dizer]; descrevia a história de um homem [já entrando nos trinta] que [depois de reprimir seu desejo de castigar os
poderosos durante as épocas pacíficas que vivera até então] caminha por longo
tempo e conhece um país onde se vive mais ou menos, come-se mais ou menos e
onde o povo é mais ou menos feliz.
Tanta
mediania o enoja e atravessa a fronteira para o país vizinho. Neste [de maneira
previsível] as nuvens
de tempestade [frequentes todavia] não são só fenômeno meteorológico. Os orgulhosos guerreiros dos Sete contra Tebas são
mais que heróis – são exemplo nacional. Apesar do tempo nebuloso, parece ser
sempre começo da manhã – o que dá
mais tempo de cortar cabeças antiquadas – pois [inevitavelmente] neste país
ocorria uma revolução contra um malvado período anterior.
Afirma-se
[sem nenhuma base] que tal folheto [obviamente destituído de indicação de autoria]
teria como cometedor certo Maximiliano de Robespierre. Uma tese tentadora [se não
fora certo tom de culpa pelas cabeças
cortadas no tal segundo país]. Mas isso [obviamente] não impede a especulação: A Culpa [diz o folheto] pode conviver com o Dever Revolucionário
[o que quer que seja isso].
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