O Conselho de Estado francês trabalha dividido
em seções. Somente nas questões mais complexas seus membros se reúnem na
Assembleia do Contencioso, que constitui a instância mais alta da Justiça
Administrativa francesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial
a potência nazista tomou várias obras de arte e as levou para Alemanha e
Áustria. Tais obras foram recuperadas pelas tropas aliadas na medida em que
avançavam, e foram objeto de uma legislação especial, a qual determinou seu
recolhimento a museus nacionais de recuperação – tanto aquelas tomadas
diretamente como aquelas objeto de venda forçada.
Duas senhoras austríacas alegam
que três obras de arte que hoje constam desses museus são de sua propriedade,
tendo sido adquiridas durante a guerra. Observe-se que não se conhece como se
deu a perda dessas obras por seus antigos proprietários. O Ministro das
Relações Exteriores (em 2004) negou a pretensão das duas requerentes. Elas
apelaram ao Tribunal Administrativo de Paris, que em 2007 negou seu pedido. No mesmo
sentido contrário às senhoras decidiu a Corte Administrativa de Apelação em
Paris, em 2011.
Elas então apelaram novamente
colocando as questões de, em primeiro lugar, se a Justiça Administrativa é competente
para resolver tal questão, e em caso positivo, de decidir da legalidade da
decisão do Ministro que começou todo o processo. É o problema que hoje, dia 16/07/2014,
a Assembleia do Contencioso do Conselho de Estado decide definitivamente, em
sessão pública.

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