A morte caiu-se de amores por Erich Maria Remarque assim
que viu pela primeira vez em 1916 quando ele tinha apenas seus dezoito. Apaixonada por ele, queria chamá-lo
para si – e que ele passasse a eternidade junto dela.
Para tanto cobriu-o de obuses, arames e gás [era o tempo
em que ele soldado, corria a chamada Primeira
Guerra Mundial]. Cortejou-o com fotografias
de trincheiras [sempre tingidas de um azul-azia].
Pouco propensa à fidelidade, partilhou seu chamado com outros, milhões – todos jovens,
hipergenerosos, Cristos involuntários a que um par de
bombardeios já rendia indiferentes.
O tempo que viviam [se é que tal verbo tem cabimento] parecia fundir as horas [de feridas, lama e
pus], em uma tempestade na
qual o medo mais óbvio da morte cedia a lembranças de um passado e um outro
temor, aquele do que poderia
ter sido.
Erich Maria Remarque não cedeu a seus encantos, e [sem que
soubesse em exato como] punha sempre o pé onde não havia uma mina, a cabeça
sempre a um par de centímetros da trajetória da bala.
Para expiar seu caso de amor não consumado escreveu o Nada de Novo na Frente Ocidental e
vendeu um milhão de exemplares.
Casou-se com Paulette Godard [Paulette e as melhores pernas
de Hollywood] e foi morar em uma mansão.
Sua antiga amante vinha atormentá-lo em pesadelos à noite.
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