Outras jovens resolveram enviar mensagens a supostos namorados dizendo que decidiram usar vestido parecido. Alguns namorados gostaram, outros não.
A avalanche de comentários bem pouco iluminados me fez escrever isso:
Bem, vamos lá.
1º) Antropologicamente, em nossa
cultura, o que é um relacionamento de casal. Um relacionamento, em nossa cultura,
implica perda de liberdade.
Não caia para trás. É isso mesmo.
Se você entrou em um relacionamento, tornou-se menos livre.
Você, casado, não pode decidir fazer
um doutorado na China sem combinar com sua esposa. Você, noivo, não pode
resolver levar sua velha ex-namorada para jantar sem antes pedir permissão (!)
a sua noiva.
Você perdeu parte de sua liberdade.
Em compensação, você ganhou algo – companheirismo, cumplicidade, sexo...
Vale a pena? Continue com o
relacionamento. Não vale? Termine. Mas há uma escolha a ser feita – com ganhos
e perdas.
2º) Há um dogma feminista –
vestimentas não passam mensagens sexuais.
Esse dogma não resiste a poucas
linhas de análise. Vestimentas passam mensagens.
No meu trabalho, os homens trabalham
de camisa de manga curta. Quando aparece alguém de paletó e gravata, sempre se
pergunta – onde vai ser a reunião?
Pois o paletó indica formalidade,
o que acontece quando há reuniões com autoridades de outras empresas.
Ou seja, o paletó passa uma
mensagem – de seriedade, de negociação – significa: “eu dou valor à sua empresa,
tanto que me vesti formalmente para falar com vocês”.
Alguma moça vai para um velório com
um vestido vermelho curto?
Não. Se ela tem o mínimo traquejo
social, ela vai com cores sóbrias e vestido discreto. Isso passa uma mensagem
de respeito à família enlutada: “eu respeito a dor de vocês”.
Está portanto desmontado o dogma
feminista: roupas passam mensagens, sim.
3º) A roupa em questão passa uma
mensagem sexual. A prova disso é que foi vestida por uma moça que precisa
aparecer na mídia, e por sua beleza (não estou julgando isso – mas é verdade).
Juntemos agora os dois pontos
acima: há um casal. Há um compromisso. Esse compromisso, na nossa cultura,
geralmente inclui algum tipo de exclusividade sexual. Mesmo os adolescentes que
só se beijam, ao namorarem, param de beijar outros.
Essa roupa passa uma mensagem
sexual, e a moça está dentro de um casal, que sempre inclui algum tipo de
exclusividade sexual.
Conclusão: a moça, para usar uma
roupa dessas, tem de buscar sim a concordância de seu namorado ou companheiro.
Do mesmo modo ele, ao chamar uma
velha namorada para jantar, deve buscar sim a concordância de sua namorada.
Alguém não quer perder nada de
sua liberdade? A sua liberdade é mais importante que o relacionamento?
A solução é simples: é só abrir
mão do relacionamento.

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