O Clube do Altruísmo Mnemônico [otherwise conhecido como Sociedade Histórica do Centro-Sul-América]
foi fundado hoje em 1861, fechado no ano seguinte pelo paranoico-repressivo
pelo regime da época [o qual passou para a história com o nome pouco lisonjeiro
de Governança do Medo] e refundado em
1910 na atmosfera de licenciosidade da brevíssima Primavera Libertária de 1910.
Referido
Grêmio, que, apesar de sua repercussão posterior e presença no imaginário
popular, nunca passou geralmente de sete sócios, chegando a treze em seu tempo de
auge, decidiu [de maneira que pode ser apodada, sem nenhuma injustiça
excessiva, de arbitrária] que a data de hoje seria o marco zero da história do
território que [apesar das mudanças de fronteira decorrentes dos duvidosos
tratados e das guerras] é com alguma consistência denominado de Brasil.
Se o
dia da fundação saiu como coelho de cartolas intelectuais, o ano foi ainda mais
arbitrário. De fato, por alguma razão se tinha estabelecido que a gruta Maxência
[que os historiadores brasileiros consideram a mais bela do mundo] e seus 347
pintores rupestres [sendo esse tão exagerado número compreensivelmente posto em
dúvida] surgiram no ano 2.500 a.C. E a Sociedade [em decisão tão lógica quanto destituída
de senso] decidiu colocar no ano anterior a fundação do país.
Não
foram poucas as críticas de que isso refletia o arbítrio do próprio país. Mas tais
críticas têm pouca importância, fundamentalmente porque a elas poucos ouvem.
Esta crônica se encontra com as
outras da mesma série em http://inexistentebrasil.blogspot.com.br
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