Existencialistas [minha francesíssima
Tássia] não cantaremos La Vie em Rose - nós a faremos com nossos
corpos. O mundo a combater fascismos e nós [alienados talvez] a passear em um
pequeno bairro chamado Vanves ou na Avenue de La
Périphérie [quem disse que Paris precisa ser central e célebre?] – eu com
minha gola rolê, e você com sua boina e seu casaco marrom-claro – o qual
tirarei em menos de três segundos e meio após adentrarmos a mansarda com os
tetos a amoldurar a famosa Torre ao fundo.
E os tirarei como existencialista,
sem dar importância às convenções sociais [pois o mundo é desespero e cada um
deve ter um projeto individual] e você se jogará por cima de uma mesa estilo
Luís XV [pois as camas são um reflexo da decadência burguesa] e afastará as
coxas o mais que a humana condição te permitir. Desafiador dos preceitos de uma
sociedade obsoleta, vou te apoiar na mesa [nós a olharmos na mesma direção,
juntos na direção do futuro] e procurarei novos caminhos em teu corpo, e você
[com a coragem típica de uma militante revolucionária] aceitará, mesmo com um
pouco de dor, que faz parte da busca do sentido do mundo.
Ao final você será Torre [minha
existencialíssima Tássia], como a outra, e serei a base, o rio Sena onde você
se se apoiará e gritará palavras desconexas – palavras de ordem de seres
perdidos em um mundo absurdo em um apartamento em Fortaleza ou Paris.
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