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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Não tens escapatória, Mulher-Gato

Sim, sei que escapatória não tenho. Durante toda minha carreira de crimes sempre soube que esse momento iria chegar. Você iria me perseguir [já desfeito meu esquema criminoso e capturados os meus comparsas] e eu correria e correria, e me veria afinal presa em um dos becos sem saída desta cidade cheia de becos sem saída. Só você e eu - o herói e a malfeitora, o representante da Lei contra o símbolo da Iniquidade. E posso antever a manchete no Gotham City Journal – “Cidadãos de Bem podem dormir tranquilos – Batman captura a Mulher-Gato”.

Fui vencida, Batman, e não tenho como fugir. Sei que você me ordenará encostar na parede [afinal sou uma perigosa meliante e posso ter armas escondidas] e me revistará inteira, a começar dos tornozelos e subindo pelas coxas e sem deixar nenhum centímetro de meu corpo sem minuciosa investigação. Cuidadoso, você me livrará da minha máscara [para facilitar um futuro reconhecimento] e lamentará que tal par de olhos azuis tenha escolhido o Mal e não o Bem– e eu lhe responderei que nunca tive ninguém que me levasse pelo caminho da Virtude.

Você irá tirar meu maiô preto coladíssimo [afinal ele pode conter importantes evidências] e já que estará nisso, você tirará todo o resto. E ao final estarei eu, a Mulher-Gato, na sua frente, Batman – só e frágil, inteira e à sua mercê.

Só lhe peço uma coisa: se o Robin aparecer, diga para ele ir plantar batatas, ok?

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