Sim, sei que escapatória não
tenho. Durante toda minha carreira de crimes sempre soube que esse momento iria
chegar. Você iria me perseguir [já desfeito meu esquema criminoso e capturados
os meus comparsas] e eu correria e correria, e me veria afinal presa em um dos
becos sem saída desta cidade cheia de becos sem saída. Só você e eu - o herói e
a malfeitora, o representante da Lei contra o símbolo da Iniquidade. E posso
antever a manchete no Gotham City Journal – “Cidadãos de Bem podem
dormir tranquilos – Batman captura a Mulher-Gato”.
Fui vencida, Batman, e não
tenho como fugir. Sei que você me ordenará encostar na parede [afinal sou uma
perigosa meliante e posso ter armas escondidas] e me revistará inteira, a
começar dos tornozelos e subindo pelas coxas e sem deixar nenhum centímetro de
meu corpo sem minuciosa investigação. Cuidadoso, você me livrará da minha
máscara [para facilitar um futuro reconhecimento] e lamentará que tal par de
olhos azuis tenha escolhido o Mal e não o Bem– e eu lhe responderei que nunca tive
ninguém que me levasse pelo caminho da Virtude.
Você irá tirar meu maiô
preto coladíssimo [afinal ele pode conter importantes evidências] e já que
estará nisso, você tirará todo o resto. E ao final estarei eu, a Mulher-Gato,
na sua frente, Batman – só e frágil, inteira e à sua mercê.
Só lhe peço uma coisa: se o
Robin aparecer, diga para ele ir plantar batatas, ok?
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