Helena, cantemo-la! De
Tróia, de Páris, de Esparta, da Granja Portugal. A Helena da tal guerra, das suas clones Cleópatra
e Lucrécia Bórgia, e também a Maria Helena, que costumava pegar o ônibus
exatamente às 12:20 naquele ponto na Avenida dos Expedicionários.
Helena das atrizes louríssimas
de Ruliudíssimo que derramam sotaque californiano em frases da Grécia da idade
do Bronze Acha que Zeus habita este Trovão?
E também das suas contrapartes hebraicas como Dalila, Monstro de Sedução e
Maldade [assim horroriza-se o autor bíblico] que cortou os cabelos e a vontade
de escapar de Sansão – sendo personagens bíblicas as únicas em que mulheres de
cabelo preto têm preferência.
Helena, dispensemo-la de
Palácios. E de bucólicos cenários bíblicos – Helena de tais adereços prescinde.
E o louro nem precisa ser verdadeiro. Helena [neé Maria Gleiciane] veio a São Paulo lá de Santa Rita do
Jucurutuca e [perdida na cidade imensurável] empurrou Sun In [cabellos rubios], uns 300 ml de silicone e salto 15, e vê
de vez em quando uns carinhas, um dos quais [estudante sem grana] é o único que
[dizem] beija na boca.
Helena dos Campos, dos Desertos,
dos Mares! só que tudo isso é retórica vagabunda de poesia ruim pois Helena não
é camelo nem peixe. Sem cabelos cor de ouro, tranças nigérrimas, ou até sem
cabelos [pois Helena é punk, yeah], sem vestes púrpuras ou ciúmes de algum semideus
boboca, e às vezes com algum avental de chef
ou de enfermeira.
Helena, cantemo-la, sem
Troia nem ilusões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário