.

.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Helena, Cantemo-la


Helena, cantemo-la! De Tróia, de Páris, de Esparta, da Granja Portugal.  A Helena da tal guerra, das suas clones Cleópatra e Lucrécia Bórgia, e também a Maria Helena, que costumava pegar o ônibus exatamente às 12:20 naquele ponto na Avenida dos Expedicionários.

Helena das atrizes louríssimas de Ruliudíssimo que derramam sotaque californiano em frases da Grécia da idade do Bronze Acha que Zeus habita este Trovão? E também das suas contrapartes hebraicas como Dalila, Monstro de Sedução e Maldade [assim horroriza-se o autor bíblico] que cortou os cabelos e a vontade de escapar de Sansão – sendo personagens bíblicas as únicas em que mulheres de cabelo preto têm preferência.

Helena, dispensemo-la de Palácios. E de bucólicos cenários bíblicos – Helena de tais adereços prescinde. E o louro nem precisa ser verdadeiro. Helena [neé Maria Gleiciane] veio a São Paulo lá de Santa Rita do Jucurutuca e [perdida na cidade imensurável] empurrou Sun In [cabellos rubios], uns 300 ml de silicone e salto 15, e vê de vez em quando uns carinhas, um dos quais [estudante sem grana] é o único que [dizem] beija na boca.

Helena dos Campos, dos Desertos, dos Mares! só que tudo isso é retórica vagabunda de poesia ruim pois Helena não é camelo nem peixe. Sem cabelos cor de ouro, tranças nigérrimas, ou até sem cabelos [pois Helena é punk, yeah], sem vestes púrpuras ou ciúmes de algum semideus boboca, e às vezes com algum avental de chef ou de enfermeira.

Helena, cantemo-la, sem Troia nem ilusões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário