A Cinevídeo apresenta mais uma extraordinária Produção
da Twentieth-Century Fox e a produção
[Teresa Maria] seremos nós. Sim, os ponteiros do relógio e as folhas do
calendário se moveram, vezes até demais, Tetê. [Esse apelido lhe grudou como
chiclete no Segundo Grau, lembra?].
O tempo passou, muchos años se han pasado, como em
novela mexicana e as novas gerações [ah, essas gerações sempre novas!] não
sabem o que era a Cinevídeo. [Nem sabíamos nós - apenas que uma voz anunciava
isso no começo do Perdidos no Espaço e
em uma carrada de outros seriados – nós a sentar no tapete da sala, eu com o
pescoço duro sem coragem de ver melhor seu brinco azul-turquesa e a primeira
vez que você passou batom].
Depois, para nós dois [você
me diz, chorosa voz] vieram os maridos e mulheres tornados ex, uma ou outra
cirurgia, complicações de, bem, complicações mil ou mais - Está certo, está certo [digo eu] e combinemos: você não me atualiza sobre
as últimas quatro décadas e eu não a faço comer sorvete de morango, que você detesta
[lembro, ahá].
E você pega minhas mãos e
ensaia fechamento de romance barato [poderíamos
ter sido tão felizes] e eu rejeito as mãos e lhe encosto na garganta a
minha língua [tornada sonda do pré-sal, lá no fundo]. Esquecerei os seus
protestos dos anos e quilos e mais e a levarei para um daqueles hoteizinhos da
pesada com letreiros de neon.
Depois [bem depois]
poderemos até assistir uns seriadozinhos da Cinevídeo. Há uns hotéis que têm.
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