
Seu pai Enrique Peña Nieto acaba
de ser eleito presidente do México, apesar do furacão de acusações de compra de
votos.
Paulina Peña me assusta.
Bonitinha e nada extraordinária, a garota simboliza uma classe média que se
consolidou no mundo – comendo os mesmos hambúrgueres, perdendo calorias nas
mesmas academias de Pilates, assistindo a Madagascar 4000 e trocando pequenas
fortunas por um rótulo Prada.
Pior – uma classe média que se vê
inteiramente dissociada dos que não possuem o mesmo nível de consumo - diferentes
dos porteiros e serventes que esperam na parada de ônibus que veem de dentro do
Jipinho-de-luxo.
Consideram-se diferentes – e de
certa forma o são. Vejam-se as adolescentes num shopping de luxo – quase todas
belas – a beleza hoje se compra e constrói a golpes de drenagens linfáticas e
escovas progressivas.
Nisso, a classe média mundial
parte ou pensa partir o mundo em dois – nós e eles – eles, os proles e o outro
nome que a garota utilizou.
Essa clivagem de uma mesma espécie
animal em duas bandas me assusta. Mesmo na carinha bonitinha de uma garota que
se acha pertencente à parte superior.