Quase menina – mal completou
dezesseis. Explodiu no Twitter – chamou os adversários do seu pai de “prole”(tários)
e “pent...lhos”. A mensagem original foi do seu namoradinho. Ela apenas
repassou. Mas isso não ajudou em nada.
Seu pai Enrique Peña Nieto acaba
de ser eleito presidente do México, apesar do furacão de acusações de compra de
votos.
Paulina Peña me assusta.
Bonitinha e nada extraordinária, a garota simboliza uma classe média que se
consolidou no mundo – comendo os mesmos hambúrgueres, perdendo calorias nas
mesmas academias de Pilates, assistindo a Madagascar 4000 e trocando pequenas
fortunas por um rótulo Prada.
Pior – uma classe média que se vê
inteiramente dissociada dos que não possuem o mesmo nível de consumo - diferentes
dos porteiros e serventes que esperam na parada de ônibus que veem de dentro do
Jipinho-de-luxo.
Consideram-se diferentes – e de
certa forma o são. Vejam-se as adolescentes num shopping de luxo – quase todas
belas – a beleza hoje se compra e constrói a golpes de drenagens linfáticas e
escovas progressivas.
Nisso, a classe média mundial
parte ou pensa partir o mundo em dois – nós e eles – eles, os proles e o outro
nome que a garota utilizou.
Essa clivagem de uma mesma espécie
animal em duas bandas me assusta. Mesmo na carinha bonitinha de uma garota que
se acha pertencente à parte superior.
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