Li/Vi na Internet e divido com vocês
Jovens, precários e conectados
E os Ninjas chegaram. Sem
espadas, samurais ou haraquiris. Não se propõem a mudar o mundo. Eles são
produto de uma mudança que já aconteceu ou acontece.
A dupla de produtores Ninjas Bruno
Torturra e Pablo Capilé irrompeu na cortina-de-aço do pouco humor dos jornalistas
tradicionais de certo programa de entrevistas televisivas neste agosto. Deram seu recado, mas outros elementos também
muito revelam sobre seu movimento.
Primeiro o nome - Narrativas
Independentes, Jornalismo e Ação – NINJA. Vemos o imaginário desses rapazes (e
moças): permeado pelos filmes de ação ruliúdianos. Pensem em uma ação intrépida
– eles pensam em tais filmes.
Outra a juventude – um mal passa
dos 30, outro dos 20. São jovens e sem utopias jovens, sem Não confio em ninguém com mais de 30 anos.
Vivem de projetos, de financiamento-por-multidão [crowdfunding].
Um deles mora em uma casa coletiva. Como muitos jovens [cuja revolta filmaram] vivem
em situação não estável – o precariado.
Adotaram sua linguagem (a
presença em tempo real), sua tecnologia de transmissão (a câmera com conexão
3G), sua filosofia (uma recusa a uma pretensa imparcialidade) e seu modo de
vida (uma conexão em rede entre iguais).
Jovens, conectados e precários - são
esses os ninjas (e não só desse grupo, mas os das revoltas no mundo-bola). Não
confiam nas instituições tradicionais. (E quem poderia condená-los?)
Querendo ou não, todos assistiremos
à sua novela.
A seguir, cenas dos próximos capítulos.
Até domingo!
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