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A
coroa azul sagrada de Zoroastro [dizem] não
era azul, não era sagrada e [segundo cinco das sete versões mais conhecidas]
sequer era uma coroa. [As histórias por sua inexistência foram há muito descartadas
como apócrifas]. A história desse estranho rei [do qual não se sabe o tempo, o espaço geográfico (embora
limitado ao atual Oriente Médio) nem o clima no seu reino (apesar dos relatos
de constante ventania)] é [no
entanto] cercada de [suspeitas] certezas e quase-parábolas que a tornam não
dessemelhante a um conto
de fadas.
Dizem
[por exemplo] que estava na casa dos cinquenta
anos; que pensava por longos períodos
do dia nos perigos que tinha evitado
[se certo dardo inimigo tivesse se desviado um palmo] e que [por honestidade ou
prazer] contava cada moeda dos cofres
reais – o patíbulo aguardando pelas cabeças do tesoureiro que perdesse alguma.
Quanto
à sua coroa [segundo versão compreensivelmente pouco considerada] pertenceu a
seu pai, ao qual matara [inadvertidamente] e se casara com a mãe do pai, e tal
[quase ridícula] distorção da lenda de Édipo
lança sombras sobre a credibilidade do Rei, do Reino, da Coroa e [quase] dos leitores.
Uma das [poucas] formas de considerar ainda crível tal mito é [como o fizeram
alguns] considerar que certo deus babilônico o conheceu [surpreso por ver um humano tão
incoerente] e adotou seu nome: Zoroastro, ou Zaratustra. [Segundo uma fofoca
sem nenhuma base crível, o rei teria inspirado o filósofo Nietzsche a escrever
sobre o semideus].
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