Dizem
os ArKivedas [mas os ArKivedas não dizem nada] que o mundo tal como o conhecemos
não existe, pois não conhecemos o mudo. A explicação de tal [não menos que
confuso] oximoro consegue ser menos interessante que o mesmo: o mundo
[supreendentemente] não veio de nenhum deus. [Esqueçam-se os abismos negros, as
tartarugas gigantes e os guerreiros de seis braços]. De uma Dança [sem que nunca se diga quem ou o que
dançava] vieram o despertar das coisas, em evento pouco espetaculoso: luz com
uma banal de cor de salmão, sob fiapos de
nuvens que se tornavam grossas,
não uma manhã [como sempre acontece em princípios] mas em um crepúsculo, e uma figura vagamente infantil [na qual alguns viram um prenúncio
de Buda – em opinião largamente minoritária].
Tal
Criação absolutamente desprovida de graça se radicaliza com a própria filosofia
dos ArKivedas: afirmavam que tal evento [de maneira não menos que maluca]
ocorreu não antes mas após o
Tempo; que a Hiper-Pureza [da qual
previsivelmente se consideram os bastiões] se alcança pelo atingimento da
completa indiferença, sendo a
mais completa delas a indiferença aos pobres.
E
esta ética [embora alguns hesitem chamá-la assim] articula-se com a sua
Cosmologia: pobres não são só os pobres, nem mesmo todos os humanos ou ainda os
animais – mas os seres – pois, não sabendo nem mesmo se o Universo existe,
ignoram sua própria existência. Seu raciocínio [bastante contestado] não deixa
de ter lógica.
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