Uma
garota chamada Agnethe Thomsen imaginou [e eu imagino de novo] uma história em
um lugar qualquer [digamos, a Dinamarca] em qualquer época [vá lá – em fins dos
anos 1950]. [Naquela época de Copenhague
a Santa Rita do Parajuru garotas
dormiam cedo].
Ela
[a imaginada heroína] não dormia. [De fato, sua vida lhe semelhava uma velha foto de tom fosco-violeta]. Trabalhava, voltava, vivia só e
escrevia [mas a máquina de datilografar não abraçava]. Passeava pela cidade
[tranquilas ruas de país quase sem crimes].
Em
um café em noite banal [e vento
inexistente] encontrou um rapaz [ele lhe disse ser marinheiro e porque estava
na cidade – o que poupou muita conversa inútil]. Não avançou um centímetro – de
fato, manteve o olhar surpreendentemente baixo [a Hiper-retidão (pensou ela a rir-se)].
Saíram
dois em noite fria [mãos no bolsos]. Jogaram
bolas em bonecos no parque, olharam brilhos de roda-gigante, ouviram seus
passos a ressoar na rua sós. Ele disse [dois milhões de gaguejos]: você não iria se eu lhe pedisse para minha
casa, não é?
-
Iria – ela disse.
[Muito
magra] sentou-se atravessada na cômoda [os sapatos ao chão], viu o Buda sorrindo em cima da estante
[lembrança de navegações ao Oriente] refestelou-se com os chocolates exóticos.
Fizeram
o que queriam, ansiavam, mordiam por fazer.
Ele
lhe empresta um robe – no jardim, ela olha para cima, sem surpresa sem medo do futuro, nem vontade
dele. E as estrelas, nunca teve tanta certeza que existiam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário