A
ideia de uma guerra cruel não afeta os poderosos [nem erguem sobrancelhas]. Mas
a de uma guerra ridícula – é séria.
E
foi a que [teoria da conspiração or not]
teria afetado metade das cabeças da Europa em 28 de julho de 1920 [exatos seis anos e um mês
depois do atentado que, segundo o livro Der
Wahnsinn von der König [algo como o
Rei Bobo, ou melhor ainda, O Rei nos
fez de bobos], quando tal livro teria sido publicado em meia dúzia de
livrarias de Viena].
Segundo
tal Ensaio [cuja existência é (de resto)
discutível] o famoso atentado contra o Príncipe Francisco Ferdinando teria
sofrido uma série de distorções: o tempo não estava ensolarado, e sim uma tempestade assolava a região; o
carro do cinquentão príncipe era
pintado não de preto mas amarelo; não
participava de uma triunfal entrada na cidade mas vinha de um regabofe de muito goulash e salsicha alemã e se dirigia a uma montagem de os Sete
contra Tebas considerada horrível pela crítica.
Desorientado [pois no banquete não
faltou álcool], o Príncipe não se mostrou indignado
com o atentado [pelo simples fato de que o atentado não existiu]. O livro
revelava que o tal potentado vivia em uma [inevitável] ilha no Mar Egeu.
O
autor do livro [que de resto permaneceu anônimo] nunca foi encontrado. Uma versão
agradável aos poderosos é que eles [ao sufocarem a existência do livro] não pensavam em encobrir
sua inútil guerra, mas tinham um justo temor do que poderia ocorrer,
se tudo fosse revelado. Uma razão nobre.
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