O lendário curta
Sete Guerreiros Espaciais precedeu o Viagem à Lua de Georges Méliès como o
mais imaginativo dos celuloides de ficção científica [com não poucos afirmando
que o adjetivo lendário é mesmo
literal]. De fato não são poucos os problemas da pequena fita. Realizada em
fevereiro ou março de 1901 na [talvez] menos imaginativa cidade do mundo [a
tranquilíssima Genebra] não objetivava ter tom cômico. Tratava-se de uma representação
dos Sete Contra Tebas de Ésquilo
situada em um mundo futuro.
Principiava o
problema pelos cenários: por alguma razão os cenógrafos acharam que o século
XXIII teria um tom verde; viver-se-ia em
eterna madrugada, o que não impedia de
ter sol [afinal
tratava-se de ficção científica]; os terráqueos seriam baixinhos e vestiriam
camisolões amarelo-pálidos [o que gerou a (inevitável) piada de que seriam crianças avarentas];
e [para completar a mistura de inconveniências] viveriam em guerra mental com Júpiter
e Urano – a guerra consistindo em desejar
desgraças uns para os outros – e recear
a tragédia pelos outros invocada.
Claro, os Sete Lagartos deram ao
filme a sua maior [má] fama. Esses [peludos] guerreiros vieram [como seria
inevitável] para combater androides de outra Galáxia. Sua aparência insética não
os impedia de ter falas de guerreiros clássicos gregos – de fato era isso que
eram, ou pelo menos seus diálogos.
Uma cópia [dizem] ainda existe
[em lugar incógnito]. Estaria guardada no Futuro – mas trata-se [obviamente] de
uma piada.
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