A seita dos Complainers
nunca existiu. [De fato, nem mesmo a sua entrada na segunda edição do ensaio A
Enciclopédia das Heresias e dos Heréticos
do professor Chas S. Clifton (Barnes & Noble, Nova Iorque, 1998, p. 32)
garantiu a sua saída das listas dos mitos da heresiologia elaboradas pelos céticos].
Não tinham nome [de fato, seu bizarro título se deve
(obviamente) a scholars de língua inglesa].
Os Complainers [como diz o óbvio
nome] reclamavam. Do Espírito Santo, da inexistência do mesmo; da indiferença
de Deus, de Ele se meter demais no mundo; do excesso de sofrimento ou de sua falta
para uma possível redenção.
Nunca se localizou com precisão sua época [alguns imaginativos
os localizam no futuro]; vestiam túnicas
de uma desbotada cor salmão e, previsivelmente,
só se reuniam à noite [considerada por eles
o tempo mais melancólico do dia] embora nem sempre [é claro] ocorressem as tempestades que tanto prezavam.
Não tinham idade avançada [de fato, são injustas as
invectivas que associam suas queixas à velhice].
Os Complainers [na verdade] viciaram-se
em uma crítica eterna ao outro
[podendo ser esse outro o próprio Universo, ou Deus, ou o vizinho da esquina]. Cristos sem sacrifício, seu único pecado
parecia ser [dizem os críticos] certa luxúria
do sofrimento, como se o fossem eles as Vítimas Primordiais [o que quer que
isso significasse]. Menos apontado é certo sentimento de culpa que [segundo poucos] pareciam ter
por não aceitarem o Tudo como é.
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