De todas as explicações sobre Larry Grossmann, a mais
popular é provavelmente a mais tola: sua vida como um romance sem graça, passado dentro de janelas
de Stanford ou de Harvard [um esportivo sol das onze da manhã lá fora], enquanto lá dentro
o rapaz perdia uma pretensa juventude entre livros da Biblioteca. [E tal
alienação não seria só física mas histórica: era 1915 e rugia a guerra – mas isso
importava menos que certo incunábulo de capa salmão].
A esta imagem [que se ressente de algum idealismo] contrapõe-se
uma realidade menos adocicada: Larry [de quem a história pouco guarda além do
nome] não era tão jovem [sendo (no entanto) exageradas as versões de que
parecia tão velho que semelhava viver
depois da própria vida]. Seu amor pelos livros não era o de um Apolo – um desinteressado pela chamada
realidade e por tudo o que não fossem palavras em tinta.
De fato, seu amor por letras não vinha [como trauteiam os
detratores] de uma repulsa
[mesclada de desejo tímido] pelas mulheres. E nem [como sonham os inevitáveis
apologistas] de uma excessiva
generosidade que o fazia sacrificar o contato com gente pelos estudos para
melhorar o Mundo. A versão do meio [geral e banalmente a mais correta] afirma que
sua rejeição do mundo resultava de uma expectativa
que o perseguia sempre – nem sempre por algo melhor - mas tampouco para seu
contrário.
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