Encontrava-me eu a digerir
meu saudável jantar gourmet de
Cheetos e coca tamanho triplo quando atarantado telefonema de minha secretária
Cacilda Regielena interrompeu a paz da minha luxuosa quitinete segundo subsolo
fundos: a Máfia dos Picolés Azuis atacava novamente.
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O Veterano Detetive
procura o
último exemplar do picolé azul,
tendo todos os outros já sido
lambidos
|
Já era universalmente conhecido
que, a começar pela Prefeitura de Santa Rita do Jucurutuca, meu doce e amado
torrão natal, todas as entidades públicas, privadas e as privadas de todo o
país decidiram que finalmente o país se voltaria para professores, ambulatórios
e laboratórios. Antes disso, porém, a nação deixaria na pindaíba os professores,
ambulatórios e laboratórios, para comprar picolés. Os lambíveis artefatos
carreariam fama mundial ao país, que lucraria horrores com os turistas que
afluiriam sem nem deixar espaço aos pobres e apertados nacionais.
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Efeitos
do Picolé no tataravô do bravo Detetive |
A bordo de meu DKW-Vemaguet
lancei-me à caça da sub-reptícia máfia, quando vi que, no seu afã maléfico,
cometeram um erro: na falta de corante, esmagaram umas pílulas azuis para os
picolés de anis. A pista não foi difícil: foi só seguir a trilha de velhinhos
serelepes acompanhados por jovens tatuadas a fazer fila em hotéis com nome em
neon e portas cor violeta.
Finalmente
encontrei a Máfia, junto com as mais honradas autoridades da minha doce Santa
Rita, além de outras. Ia soar-lhes a merecida voz de prisão, quando me declararam
que dessa vez o país daria prioridade à educação e à saúde. Mas antes destinariam vultosos fundos à produção massiva de tais picolés, que trariam fama mundial ao
país, etc.
Desconfiado, disse que daria 300 anos
de prazo para tão tonitruantes resultados aparecerem. Eles disseram que não
seria tão demorado. Bastariam 299.
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