Senfino Julio – esta inscrição [que os
contemporâneos classificaram como nada menos que misteriosa] descobriram-na três
equipes de arqueólogos diferentes, em escavações em três pontos virtualmente antípodas
[duas exatamente sobre a linha do Equador e a terceira a 303 léguas de distância,
a formar triângulo quase equilátero] e em espaços de tempo quase simétricos
[sempre em maio, sendo uma em 1946, outra dois anos depois e outra agora] e
tanta correlação gerou os inevitáveis debates sobre sua origem, não faltando os
alienígenas verdes de três orelhas e a comunicação com espíritos do além.
Curiosamente
as inscrições [duas deles em irrepreensíveis placas de bronze e uma de madeira]
suscitaram a análise de historiadores, sociólogos, calígrafos, ufólogos, artistas
plásticos e sensitivos paranormais. Ninguém [ao menos a princípio e por inverossímil
que fosse] lembrou de chamar linguistas.
Quando
finalmente vieram, o campo de análise já se encontrava tão borrado por hipóteses,
subteorias e contrarrevoluções conceituais que foi difícil a eles [como seria a
qualquer um] escapar da corrente dominante, que atribuía tais inscrições ao uma
civilização extraterreste com poderes paranormais.
Dois
dos linguistas [no entanto e aplicando análise diacrônico-sintática simples]
concluíram que se tratava de estranha língua destinada a paz, e que a inscrição
dizia apenas: Interminável Julho. E
nada disseram do porquê. Desnecessário dizer que isso exacerbou mais ainda os
debates.
Esta crônica se encontra com as
outras da mesma série em http://inexistentebrasil.blogspot.com.br
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