Elisabeths Geheimnis nunca foi
traduzido em português. Boa coisa aliás, pois se o fosse algum editor
sensacionalista escolheria o título de A Devassidão da Rainha ou
algum assemelhado desastre. Publicado em Viena entre 1867 e 1873 [a pequena
duração da gráfica em que foi impresso lhe conferindo essa fechada janela de
tempo] essa brochura [na verdade um panfleto] ter-se-ia originado da inveja de
um grupo de Condessas em relação à Imperatriz [não casualmente denominada
Elizabete].
Inveja [claro está] não do seu poder
[espera-se que Imperatrizes o tenham] mas de algo que elas poderiam ter [ou
achavam que poderiam]: os um metro e setenta e dois de altura, e mais que isso,
os cinquenta quilos de peso. Isso [em uma época de rainhas] fazia com que até
uma blusa rasgada e suja ganhasse nela o status de estilo
despojado.
Porém não usava blusas rasgadas e
sujas. Os vestidos de luxo ficavam nela ainda mais deslumbrantes e arrastavam a
multidão que acorria atrás dela até para assistir à missa na catedral de Santo
Estevão.
Incapaz de atribuir infidelidade à
sua fictícia Elizabete, o autor ou autora secreta criou um duplo e não
economizou ousadia: a protagonista fazia papel de amazona para muitos
cavalheiros [cavalheiros desde duques até rapazes de coche] em alcovas de
Palácio, a dois, a três, a mais, desde que ela como única dama.
De inverossímil, o panfleto nunca foi
reimpresso. E a multidão de admiradores da Imperatriz ameaçava mesmo dar uns
sopapos em quem o fizesse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário