Amemos [Tássia] dentro de um
Fusca. Malucos [tais] ou talvez não tanto – num fusca cabe muito, talvez até
tanto amor. Antigos, anos-setenta [ou mesmo universais] afinal o Fusca não tem
era.
Não tem era, mas cabe muito
mais [sem duplo sentido, ou talvez com ele] em tempos clássicos. Aqueles
[tristes tempos] de medalhados a dirigir tudo por atos institucionais - e
também alegres [aqueles em que íamos a praias desertas] e as praias desertas quedavam
a vinte minutos em marcha lenta – marcha lenta de Fusca.
Tinha um pequeno depósito lá
atrás do segundo banco [lembra?] Pequeno demais para qualquer mala, mas grande
demais para tua lingerie e meu jeans [aquele US Top unissex que só para provar
que era unissex mesmo nós o trocaríamos de quando em vez]. Grande, mas nós o
utilizaríamos para o jeans e o demais.
E as alças [querida Tássia],
aquelas alças laterais de alguma borracha patenteada lá pelos anos 20. [Convite
plástico para a indecência, mais que qualquer proibido clássico da literatura
ou da tela]. Formato exato para enganchar teus pés, e distância
milimetricamente concebida entre um e outro para contestar a veracidade do
aforismo que afirma ser estreito o bom caminho. Não o era – e eu [convidado de
honra] percorrê-lo-ia múltiplas vezes [facilitado pelos bancos e alças] na rua,
na duna e na rua calçamentada de pedra, aquelas tranquilas ruazinhas do
passado, nas quais, mais que o passado e o Fusca, interessantes éramos nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário