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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Pequena história de eu e você

E esta é a pequena história de Eu e Você. E nós não somos de lugar nenhum. Tampouco de nenhum tempo. Você pode ser Cleópatra. Ou eu posso ser Cleópatra. Não faz diferença pois não temos corpos definidos. Sem Tempo, o Passado e o Futuro para nós fazem tanto sentido quanto um ornitorrinco de cor púrpura.

Não temos nomes. São por completo dispensáveis, pois nem sabemos se existimos. Ou melhor, sabemos. Sem fazer disso um fetiche para desse conhecimento gerar outras consequências. Somes eu e você, frente a frente, sem onde nem quando. E não viveremos o agora pois nem mesmo o agora tem alguma relevância.

Não pensamos e existimos – se alguém pensasse e por isso existisse, ele o faria só. E somos dois. Essa é nossa maior certeza. Na verdade a única.

Somos dois, sem tempo, sem espaço, sem outros nem desejos. Ou melhor, com um desejo. Único. Queremos ser um. Se é que algo nos incomoda, é o fato de que não somos um. Há um você que não sou eu, um eu que não é você e a existência desses dois pronomes pessoais diferentes nos faz querer ser um. Portanto amamos.

Amamos, portanto existimos. Mas não amamos em sentido baboso, ligado a compromissos, reproduções e lágrimas. Amamos – encaixamos, esfregamos, gritamos e temos alguns instantes de relaxo ao final. Para começar de novo. Amamos dessa forma, não queremos conhecer outra. Aliás outra não existe.

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