Um anúncio a 27 de
junho de 1932 quase no meio da terceira coluna da segunda folha do caderno de
classificados do The New York Times e ninguém soube como os editores
o deixaram passar [talvez algum trocado de suborno]. Dizia:
Cavalheiro jovem
saudável e nada feio procura jovem com as mesmas qualidades por uma semana.
Objetivo: cópula.
Seguiam-se alguns
detalhes: só realizar, não falar. Por uma semana. Em uma casa de praia, com
detalhes como alimentação e ocasional limpeza já acertados com serviçais da
vizinhança. Vieram candidatas, a maior parte as previsíveis profissionais.
Até que veio uma que
não o era. Falou com os secretários do proponente.
Encontraram-se
afinal. O acordo era não falar e não falaram. Ele fechou a porta atrás dela. Nomes,
nem começar a pensar no assunto. Olharam-se. Sem combinar arremessaram as
roupas de lado. Continuaram a se olhar, exame completo dos dedões à nuca.
Ele cavalheiro fez
um sinal para ela ir ao leito. Ladies first.
E por cento e
sessenta e oito horas trocaram de posição, inventaram outras e retornaram ao
tradicionalismo apenas para repetir com desenvolvimentos outros – com
intervalos apenas para algumas dormidas e algum vinho e caviares.
Depois cada um
seguiu seu caminho e esse final frustrante gerou especulações – como não houve
o final trágico talvez desejado pelos moralistas, imaginou-se desde uma
gravidez a um pacto diabólico.
Ninguém imaginou que valeu só porque valeu.
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