Hoje acordei filosófico [Maria
Laura] por isso enfiarei 899 centímetros em seu corpo [e só mesmo as elucubrações
de Kierkegaard para explicar por que não 999, um número bem mais estético]. Colocá-la-ei
em cima de uma mesa [madeira rija, concreta, por si mesma subsistente, em
desafio aos delírios da metafísica que insiste em parolar sobre conceitos e
essências] e minhas mãos abarcarão em decidido gesto sua cintura [pois os
filósofos antigamente apenas interpretavam o mundo, e hoje a tarefa é
penetrá-lo].
E o mundo será você [Maria
Laura] pois consiste em plena subjetividade e se encontra sempre onde estamos. Pensadores
de antanho inspiravam-se em calma contemplação do suave ritmo das ondas do mar,
e eu [que rejeito os preceitos de eras passadas, em total consonância com a
ideia de progresso] contemplarei o ritmo de seus seios – balouçantes e
gigantescos Everestes que abarcarão o Universo e meu nariz entre os mesmos
colocado.
Mudá-la-ei de posição de maneira
decidida e constante [por cima, por trás, de lado, russa montanha,
gigante-roda] pois não é possível beber duas vezes da água do mesmo rio nem
penetrar uma mulher duas vezes da mesma forma. E por falar em posições, trocaremos
você por cima eu por baixo e versa-vice, sendo essa troca dialética o melhor
método para a síntese.
E a síntese não é o sentido
do mundo [que de resto inexiste] mas permanecer nele, e depois acordar
filosófico e enfiar 1009 centímetros e etc., sempre de outra forma, pois é
impossível fazê-lo da mesma.
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