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domingo, 12 de agosto de 2018

Acordei filosófico


Hoje acordei filosófico [Maria Laura] por isso enfiarei 899 centímetros em seu corpo [e só mesmo as elucubrações de Kierkegaard para explicar por que não 999, um número bem mais estético]. Colocá-la-ei em cima de uma mesa [madeira rija, concreta, por si mesma subsistente, em desafio aos delírios da metafísica que insiste em parolar sobre conceitos e essências] e minhas mãos abarcarão em decidido gesto sua cintura [pois os filósofos antigamente apenas interpretavam o mundo, e hoje a tarefa é penetrá-lo].

E o mundo será você [Maria Laura] pois consiste em plena subjetividade e se encontra sempre onde estamos. Pensadores de antanho inspiravam-se em calma contemplação do suave ritmo das ondas do mar, e eu [que rejeito os preceitos de eras passadas, em total consonância com a ideia de progresso] contemplarei o ritmo de seus seios – balouçantes e gigantescos Everestes que abarcarão o Universo e meu nariz entre os mesmos colocado.

Mudá-la-ei de posição de maneira decidida e constante [por cima, por trás, de lado, russa montanha, gigante-roda] pois não é possível beber duas vezes da água do mesmo rio nem penetrar uma mulher duas vezes da mesma forma. E por falar em posições, trocaremos você por cima eu por baixo e versa-vice, sendo essa troca dialética o melhor método para a síntese.

E a síntese não é o sentido do mundo [que de resto inexiste] mas permanecer nele, e depois acordar filosófico e enfiar 1009 centímetros e etc., sempre de outra forma, pois é impossível fazê-lo da mesma.

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