Cantemos, Tássia, o Sexo sem
Amor! [Berremos, louvemos, façamos campanha pelo Facebook!] O sexo sem elos, sem anelos, sem lingeries e sem
endereço na agenda eletrônica. Cantemos as faces que balançam em ritmo muito
próximas uma da outra, a roçar sem se beijarem, pois beijo é pessoal demais. Cantemos
as dúvidas, hamletianas ou não [o nome dele é João Ricardo ou Pedro Ernando?]
Exaltemos [Tássia] os bares de
solteiros da pesada, onde só vai quem quer se dar [segundo afirma o vulgo] bem.
Os letreiros de neon, as altíssimas cadeiras de bar na qual as saias devem ser
muito bem ajustadas para não mostrar a roupa por baixo ou a ausência da mesma. Ergamos
a elevado recinto as cantadas originalíssimas [Você vem sempre aqui? ou E
aí, gata?!] enquanto as verdadeiras gatas, injustiçadíssimas [sabe, aquelas
de quatro patinhas, rabo felpudo que esfrega nas pernas da gente em mesa de boteco
vagabundo] são reduzidas a comer peixe de ontem no beco atrás da boate por onde
poreja o sonzão de BB King ou Tim Maia].
Celebremos [Tássia] as
festas only para casais, os
clubezinhos privé onde quem chega à uma da manhã é cedo, os labirintos eróticos
[exigindo um dicionário especializado para saber de que raio se trata] e nos
quais a mulher em comemoração muito especial das bodas de prata vai elogiar a competência
do cara e descobre que na confusão acabou por realizar com o próprio marido.
Cantemos [enfim] tudo isso, Tássia
– e você se chama mesmo Tássia?
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