Aquele-que-está-distante
Utnapishtim detona a narrativa da
Epopeia de Gilgamesh principalmente
na tabuinha XI. A Epopeia e parte das crenças bíblicas: uma busca pela Internet
mostra discussões se Noé é na verdade um Utnapishtim requentado.
Utnapishtim vive na
Boca-dos-rios. Vive longe – daí o apelido Aquele-que-está-distante.
Gilgamesh o encontra, intenta lutar com ele mas o vê igual a si e seus braços
quedam imóveis. Encontro nada casual – Gilgamesh, rei de Uruk, quer o
não-morrer. Ouviu dizer que Utnapishtim, Aquele-que-está-distante, arrancou dos
deuses a imortalidade. A tabuinha XI é a história de Utnapishtim.
Que semelha a de Noé. Ele recebe
aviso dos deuses de que uma enchente reduzirá tudo a barro. Deve salvar a si e
a poucos humanos e animais. Recebe instruções, constrói uma arca quadrada de
sete andares – semelhante a um zigurate, um templo sumério que liga a terra ao
céu. Ao final de dias de chuva solta vários pássaros, até que se convence de
que é seguro sair. Os deuses conferem a ele a imortalidade, e ordenam a ele
viver na Boca-dos-rios.
Utnapishtim indica a Gilgamesh
como encontrar a planta da imortalidade. Este desce ao fundo do mar para
encontrá-la, mas uma cobra a toma dele. Gilgamesh volta Uruk, da qual é rei, e
reforça as muralhas da cidade – ou seja, decide ser o melhor rei possível
enquanto vive.
Não se espere sofisticações
literárias da Epopeia de Gilgamesh – a arte da escrita era ainda bebê, se
tanto. Mas encerra lição – a importância da despreocupação com aléns – o que
não significa que não existam, e a necessidade de se viver o já. Talvez seja
esse o segredo de Utnapishtim, Aquele-que-está distante.

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