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domingo, 4 de agosto de 2013
Microensaios de noite de domingo - Hipnose, versão pós-moderna
terça-feira, 24 de julho de 2012
George Santayana responde a três perguntas
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Humano Caspar David Friedrich

quinta-feira, 12 de julho de 2012
Vlaminck, muscular

terça-feira, 10 de julho de 2012
Digitais ou o vazio
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Edgar Allan Poe - estilo Literatura Digital

sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Apontamentos para uma impossível história do Caos - VI
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Resenha de Filme: Sonhos de Akira Kurosawa
Oito episódios de cinema, oito histórias compõem um dos últimos filmes do cineasta. Já era festejadíssimo, Hollywood tinha lhe dado um Oscar por conjunto de carreira e o filme é produzido por Spielberg.
Sonhos nem sempre têm final e seu ritmo é irregular. O mesmo nos episódios. Destaco alguns. No primeiro, um menino vê um casamento de raposas em dia de sol com chuva – mostra que o dito sol e chuva, casamento de raposas é universal. Serve de capa para o filme e é de grande beleza plástica, lembrando o pintor que o cineasta queria ser.
Mais interessante é o episódio O Túnel. Um antigo comandante tenta convencer a seus soldados que eles estão mortos. Interessante a falta de reações estereotipadas – os soldados fantasmas não assombram, não tentar vingar-se nem odeiam. Apenas melancolizam.
Dois episódios deixam clara a preocupação ecológica, especialmente quanto a catástrofes em usinas nucleares – O Diabo chorando e Monte Fuji em vermelho. O primeiro não deixa de ter certa influência da visão do Inferno de Dante. O diabo é patético, quase tanto quanto o ser humano. Note-se a presença de problemas de agora – o diabo quando humano costumava jogar leite e batatas fora para aumentar os preços. O segundo prefigurou o desastre de Fukushima – a pequena ilha japonesa tomada pela radiação, sem saída para seus habitantes.
O último episódio resume o pensamento do autor sobre a vida – A Vila dos Moinhos de Água. A vida valendo por si mesma, o passar dos anos, de maneira honrada e laboriosa, já sendo em si um grande mérito. São os pensamentos de um idoso a um visitante.
Impressiona na obra de Kurosawa a falta do amor romântico. Mal existe, talvez apenas no rápido romance do samurai jovem com a camponesa em Os Sete Samurais. Os grandes sentidos da vida não passam em primeiro lugar pelo romantismo. Por outro lado, há uma preocupação com o comunitário. A solução do burocrata condenado de Viver (1952) não foi se apaixonar – ele se dedicou à sociedade. Talvez algo a ensinar ao individualismo do Ocidente, que no máximo se estende em uma comunidade de dois. Não uma solução a dois, mas a muitos, pode ser a saída.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Nota sobre Dim Brinquedim – artesão popular moderno
Dim Brinquedim faz brinquedos. Brinquedos interessantes – diferentes dessas baratitudes vulgares chinesas. Seus brinquedos lembram tempos de antes, tradição, tempo de meninos brincarem entre si e com os avós. A estrada da Coluna em Pindoretama leva a seu museu-parque. É município pegado a Fortaleza. Mais que dos brinquedos, escrevo do artista.
Na imagem em geral dos artesãos populares sempre faltam alguns dentes, arrancados pela idade e pela falta de recursos. O artista do povo é geralmente aquela pessoa idosa, descoberta muito tarde, que pouco conhece além da sua esquina e do que aparece no Jornal Nacional. Frequentemente seu conhecimento da língua portuguesa é distante da perfeição e nem tudo do que fala se entende.
Dim Brinquedim tem página no Facebook, planos para um parque, vende seus produtos em loja no Rio. Já morou lá. Conhece secretários de cultura e já participou de programas de governo.
O artesão popular do futuro talvez imite pessoas como Dim Brinquedim. O artista do povo do futuro possivelmente será assim, articulado, consciente da necessidade da participação estatal na arte e do poder da rede de computadores. Como o artista de Pindoretama.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Duas notas sobre Kurosawa

Akira Kurosawa em entrevista a Nagisa Oshima em 1993 já no final falou o que aconselharia aos aspirantes a diretor. Disse que hoje era preciso muito mais dinheiro para se fazer um filme, portanto era mais difícil. Mas se realmente o quisessem, deveriam começar escrevendo roteiros. Citou Balzac – que afirmou que o duro era passar pelo aborrecimento de escrever uma palavra por vez. Para o cineasta nipônico, era preciso escrever muito, até que escrever se tornasse não sacrifício mas rotina. E para escrever era necessário ler. Os jovens não leem muito – quem diz isso é um japonês. A criação é memória. Não se tira nada do nada.
Perguntado sobre o sucesso dos filmes no exterior, disse que nunca quis agradar plateias estrangeiras. Se colocasse elementos exóticos japoneses, não as agradaria. Seus filmes falam dos problemas do povo japonês, e os problemas de todas as pessoas são iguais. Por isso fazem sucesso.
Observações a serem vistas com cuidado por quem deseja uma arte brasileira, universal e boa, tudo ao mesmo tempo agora.